O GRANDE EQUÍVOCO:
PORQUE A MÚSICA NÃO É UMA LINGUAGEM UNIVERSAL [1]
por Robin P. Harris (GIAL – Duncanville, TX)
(traduzido com permissão da autora por Héber Negrão)
- “Etno-o que”? É o que eles sempre dizem que eu menciono o que eu faço. Eu suspiro já sabendo do roteiro, a mim tão familiar, que está por acontecer.
- “Eu sou uma etnodoxóloga.” Sobrancelhas levantadas seguidas de um ar zombeteiro.
- “Que raio que é isso?”
- “Bem, na etnodoxologia nós estudamos a maneira como as pessoas adoram a Deus nas culturas ao redor do mundo.”
O leve meneio da cabeça e o lento piscar de olhos demonstram que esta é a primeira vez quem meus interlocutores param para pensar sobre como é a adoração em outras culturas.
- “Huumm” eles respondem. “Qual é a utilidade disso? Eles não cantam as mesmas canções que nós cantamos?” Pelo menos eles estão sendo honestos.
- “Meu trabalho é encorajar e equipar cristãos em várias culturas a usarem sua própria música do coração e suas artes.” Seus olhos brilham.
- “Ei, música do coração! Isso é um tipo de língua do coração? Um missionário uma vez me disse que as pessoas deveriam ler Bíblia em sua língua do coração.” Agora é a minha vez que ficar surpresa.
- “Sim, é isso mesmo.” Eu respondo. “Assim como cada pessoa tem pelo menos uma língua do coração, todos nós temos a nossa música do coração, assim como as artes; é como sua língua mãe para expressar o que está em seu coração, e isso afeta a maneira como você adora.”
- “Uau, isso é... interessante. Mas a música não é uma linguagem universal?”
Uma Designação Incorreta
“Música é uma linguagem universal.” Quantas vezes nós já ouvimos esta declaração? É incrível o poder da repetição de um provérbio mal analisado. Este sobre a música soa bastante romântico, muito convincente. Ainda assim essa noção tem gerado alguns efeitos prejudiciais significantes na prática da adoração nas igrejas da América do Norte e no movimento missionário que tem crescido através dela.
A declaração “Música é uma língua universal”, apareceu pela primeira vez na obra de Henry Madsworth Longfellow[2] no início do século XIX. Agora, aproximadamente dois séculos depois, ela se infiltra na música pop (ex: ““music is a universal language and love is the key”[3]) e permeia a nossa consciência coletiva – como outras não examinadas suposições. Para muitos, essa mentalidade molda sua teologia da adoração, suas práticas missionárias e como eles falam sobre música em suas conversas diárias.
Quais são os resultados de se pensar a música como uma “linguagem universal”? O que significa para mim, provavelmente significará para você. Só existe “bom/mau” ou “superior/inferior” nessa linguagem da música, e não uma linguagem musical diferente.[4] Uma vez que eu falo essa linguagem universal, eu estou apto a definir uma expressão superior ou inferior.
Dada uma escolha, as pessoas provavelmente vão preferir usar a música ocidental.
Infelizmente, o paradigma popular de que “a música é uma linguagem universal” tem infectado nossas reuniões semanais de adoração. Uma das raízes do problema das chamadas guerras de adoração[5] é que nós falhamos em considerar as diferenças básicas das linguagens musicais. John Blacking, um conhecido etnomusicólogo britânico escreveu que “o significado do signo musical é ambíguo; ele é determinado culturalmente, ao invés de objetivamente auto-evidente: as pessoas são inclinadas a percebê-los e interpretá-los tomando como referências suas experiências de diferentes sistemas culturais, assim como suas variações de personalidade individual.”[6] Em outras palavras, a nossa habilidade de decodificar os sons que ouvimos é condicionada culturalmente. E é bem possível que nós interpretemos equivocadamente uma música ou outro signo artístico porque eles estão carregados de significados que nós não compreendemos.
Alguns ouvidos ocidentais, por exemplo, atribuem a acordes menores um significado de “tristeza” ou “contemplação”. No entanto, em muitas culturas, o acorde menor apresenta uma gama de expressões que vão do malicioso e brincalhão ao majestoso e triunfante, e até mesmo exuberante e jubiloso. Quando eu morava em São Petersburgo, o pastor americano da igreja que eu congregava proibiu o diretor de música – que era russo – de escolher canções em tons menores para os cultos do domingo de manhã. Quando eu lhe falei sobre a importância que os acordes menores têm como parte da herança da igreja russa e como expressão de uma variedade de sentimentos para o povo russo, ele mudou de ideia. Existem inúmeros outros motivos pelos quais é errado missionários e pastores estrangeiros influenciarem no tipo de música cantada em uma igreja local! Mas um deles é que eles são suscetíveis a tomar decisões influenciados por sua própria cultura e acabar por agirem errado.
Um princípio fundamental da etnodoxologia é que a música não é uma linguagem universal. Isso se aplica por extensão a outras artes também. Blacking escreve “enquanto comunicação pública, os sistemas musicais são mais... definidos culturalmente do que qualquer outra linguagem verbal... nós não podemos compreender a fala de outra pessoa sem usar um intérprete ou gastar um tempo e esforço considerável aprendendo sua gramática e léxico.”[7] Ocasionalmente uma palavra perfeitamente normal em uma língua pode ser uma blasfêmia em outra. Além disso, ouvir palavras de baixo calão em uma língua estrangeira não causa o mesmo impacto se você ouvir o equivalente desta palavra em sua língua. Sistemas de música e arte são, de acordo com Blacking, até mais definidos culturalmente do que a língua, por isso uma verdadeira compreensão requer um longo processo de aprendizado da língua, ao invés de confiar em suposições que podem ou não estar corretas.
A confusão a respeito dos significados da música e outras formas artísticas não está limitada a equívocos transculturais. Isso acontece até em os diferentes microgrupos de uma mesma sociedade ou cultura. Aonde então nós poderemos aprender o significado de uma forma artística ou musical? Blacking nos oferece uma resposta:
Nem sempre “os mesmos” padrões de som têm diferentes significados em diferentes sociedades; eles também podem ter diferentes significados dentro de uma mesma sociedade por causa dos diferentes contextos sociais. Assim... a ênfase precisa estar na intenção daquilo que os atores querem significar.[8]
A única maneira de conhecer, portanto, uma forma artística ou musical é perguntar – fazer o árduo trabalho de pesquisar! Esse aspecto fundamental da Etnodoxologia a separa das outras abordagens de adoração e artes em missões.[9]
Você pode começar o processo de pesquisa fazendo perguntas simples em seu próprio contexto de adoração. Faça perguntas como:
Qual é a situação da discussão sobre música na minha igreja?
Quais suposições as pessoas da minha comunidade de fé fazem sobre música?
Como essas visões afetam a quantidade de estilos usados na adoração comunitária?
Ao fim deste capítulo nós vamos abordar algumas implicações destas questões para a igreja local na América do Norte. Mas, por enquanto, vamos dar uma olhada no que tem sido exportado pela comunidade de missionários aos seus campos de atuação ao redor do mundo.
Nós viemos, nós cantamos, nós conquistamos
Durante os séculos XIX e XX, enquanto europeus e outros cristãos ocidentais atravessavam o globo, eles levaram consigo a filosofia predominante de sua própria cultura – em particular, a ideia de “evolucionismo cultural”. Já em 1962, Teodosius Dobzhansky, em Mankind Evolving, escreveu que “as evoluções biológica e cultural fazem parte de um mesmo processo natural.”[10] Devido ao etnocentrismo, a cultura ocidental foi considerada a mais elevada e mais desenvolvida das culturas, mais à frente na escala evolutiva que outras sociedades tribais e culturais mais simples.
Estas ideias resultavam com frequência no menosprezo da cultural musical recém-encontrada, sendo marcada como “primitiva” e “pagã”.[11] Alguns cristãos ocidentais até tentaram “ajudar” os compositores locais encorajando a tradução de canções cristãs ocidentais em língua indígena e ensinando os novos convertidos a cantarem em uma harmonia a quatro vozes ou em uníssono. Steven Feld, um etnomusicólogo que estudou as tradições musicais do povo Kaluli na Papua Nova Guiné, por exemplo, observou que uma generalização muito significante pode ser feita sobre todos as formas sonoras Kaluli: nenhum som Kaluli é executado em uníssono... missionários tentaram fazê-los cantar desta forma por doze anos [mas] é raro ouvir qualquer coisa em uníssono cantado por um Kaluli ou emitido por qualquer fonte sonora em seu ambiente.[12]
A prática atual não inclui mais o uso de rótulos ofensivos como “retrógrado”, “primitivo” ou “pagão”, porém ainda hoje é possível encontrar obreiros transculturais que falham miseravelmente em valorizar os recursos musicais e artísticos – dados por Deus – da cultura receptora onde eles trabalham.
Por causa da ampla aceitação de que música é uma linguagem universal, nunca ocorreu para os missionários que, assim como eles precisam aprender novas, complexas e dissonantes línguas para que possam se comunicar com o povo, eles também precisam estudar e entender a música local, bem como outros sistemas artísticos como dança, drama, artes visuais e verbais como narrações de estórias, provérbios e poesia. Em vez disso muitos obreiros simplesmente trazem sua Bíblia em uma mão e seu hinário na outra.
Muitas Bíblias foram traduzidas para línguas vernáculas, assim como muitas canções do hinário. Mas a linguagem musical desses hinos continuou inalterada, em sua forma ocidental original.
Preocupados com o fardo desse “colonialismo musical”, um número de missionários, nas últimas décadas, tem resistido à essa tendência incorporando em sua reflexão e prática os princípios da etnomusicologia/etnoartes (o estudo da música/artes na cultura), da antropologia missionária (uma contextualização crítica e bíblica), e fazendo brotar novas ideias no fértil campo de estudos da adoração global. Na união dessas três disciplinas, um novo campo de pesquisa começa a emergir: a etnodoxologia.
Etno-O quê?
Há quarenta anos atrás Tozer escreveu um livro chamado “Adoração: A Jóia Ausente na Igreja Evangélica”[13]. Nos últimos anos tem surgido um renovado interesse sobre o assunto de adoração, com inúmeros cursos e conferências especificamente voltados a isso.
No final dos anos 90 o líder de adoração e missionário Dave Hall cunhou o termo “etnodoxologia” combinando três termos grego – ethne (povos), doxa (glória) e logos (palavra). O termo em português doxologia combina dois desses vocábulos, “glória” e “Palavra” em um conceito que significa “palavras para glorificação” ou “adoração” a Deus. Hall definiu etnodoxologia como “o estudo da adoração a Deus entre as diversas culturas”. Ele elaborou uma compreensão mais ampla de adoração – que vai além daquela enfatizada nos cultos de domingo – “em primeiro lugar, e principalmente, [adoração] é uma vida a ser vivida, em segundo lugar é um evento onde podemos participar”. O duplo aspecto dessa definição é importante, diz Hall, porque “as Escrituras nos convoca a ambos”.[14]
Em anos mais recentes o termo “etnodoxologia” tem sido cada vez mais utilizado. Nos anos 200 a publicação “EM News” foi sucedida pela nova revista “EthnoDoxology”. Patrocinada pela “Artists in Christian Testimony” essa nova publicação passou a oferecer artigos “dedicados às multifacetadas música, artes e adoração de cada tribo, língua e nação”. [15] Entre os colaboradores desta revista estavam um crescente número de cristãos, etnomusicólogos e missionários que aplicavam seu treinamento nos diversos contextos ministeriais.
Em 2003 quando eu, junto com alguns outros colegas, lancei uma rede para essa “tribo” global de missionários e artistas focados em adoração e missões, os membros fundadores demonstraram o desejo de usar o recém-cunhado termo “etnodoxologia” como parte da identidade do grupo, nomeando, assim a rede como Conselho Internacional de Etnodoxólogos – ou ICE[16] como é comumente chamada. Com o rápido crescimento em dez anos para um grupo com mais de 280 associados em mais de 70 países, o ICE tem um site[17] dedicado exclusivamente a publicar artigos relacionados à etnodoxologia. O site possibilita fóruns, conferências de treinamento, formação de redes de trabalho em etnodoxologia. Um jornal online, Global Forum on Arts and Christian Faith, foi lançado pelo ICE em 2012.
Para complementar os recursos online, vários seminários e escolas de graduação têm abraçado esta visão e estão colaborando com ICE para oferecendo cursos intensivos em etnodoxologia. Um crescente número de outras instituições de educação cristãs também tem passado a oferecer tanto cursos de graduação quanto de pós-graduação em artes mundiais, etnomusicologia e estudos em adoração.[18]
Diversos seminários, oficinas e forças-tarefas em etnodoxologia – quer usando este termo ou algum outro de abordagem semelhante – têm sido promovidos em conferências missionários tais como o Global Consultation on Music and Mission (GCoMM), o International Orality Network (ION), a Comissão de Missões da Aliança Evangélica Mundial (WEA) e os encontros regionais da Evangelical Missiological Society (SEM) ocorridos em 2012 na Trinity Evangelical Divinity School.
Em 2011 o curso “Art in Mission” promovido pelo ICE, WEA, SIL Internacional e All Nations Christian College treinou os participantes a colocarem em prática princípios básicos da Etnodoxologia através do modelo chamado “Criação Conjunta de Artes Locais”[19] – um processo que envolve um trabalho em conjunto com uma determinada comunidade a fim de:
- Conhecer a comunidade e suas artes
- Especificar alvos do Reino que ela deseja alcançar
- Selecionar um gênero artístico em particular para alcançar efeitos escolhidos
- Analisar um evento contendo o gênero escolhido
- Despertar a criatividade através da produção de novas obras de arte no gênero selecionado
- Avaliar e celebrar tanto a antiga quanto a nova criação artística para integração na comunidade
- Celebrar antigos e novos trabalhos para que eles façam parte da vida da comunidade[20]
Essa nova tendência de ensino, aprendizado, reflexão, escrita e ministério tem sido energizada por movimentos emergentes em etnodoxologia. Quem sabe algum dia a conversa mencionada no início deste artigo será uma raridade, vamos ver quanto tempo vai levar para isso acontecer.
Aplicação para o contexto de Igreja Local
Os princípios de etnodoxologia podem ser aplicados não apenas em contextos de ministério internacional, mas também em contextos de igreja local. Etnodoxolólogos tem abordado as “guerras de adoração” enfatizando a importância de aceitar diversos estilos de adoração – especialmente aqueles adotados por grupos marginalizados – como forma de demonstrar amor para com nossos irmãos e para ilustrar a verdade teológica vital a respeito do Corpo de Cristo. “Priorizar a honra do nome de Cristo e o progresso de seu reino”, escreve Bryan Chapell, “promove a harmonia de uma missão comum onde nos unimos na escolha de variados estilos de adoração, a despeito de nossas preferências pessoais”.[21]
Ainda assim, muitos adoradores cristãos acreditam que seus diferentes gostos pessoais são mais do que “preferências”, e passam a julgar a música do outro como “boa” ou “ruim” – e algumas vezes até as próprias pessoas – baseados em seus próprios valores culturais, gostos ou preferências.[22]
David Peterson tratou do debate sobre a música “superior” ou “inferior” com o desafio de examinar cuidadosamente e em oração a nossa resposta:
Todos nós sabemos que a música contribui profundamente para o esnobismo... Nós ficamos tão familiarizados com nossos próprios estilos de música que acabamos dizendo, às vezes até publicamente: “Não estou disposto a ouvir seu tipo de música. Não estou disposto a cantar suas músicas estúpidas”. E podemos ser até mais intensos que isso. Nós dizemos que “a sua música não é uma verdadeira adoração. A sua música não honra a Deus”.[23]
Ron Man, um dos teólogos de adoração do movimento de etnodoxologia, escreve que, uma vez que o Novo Testamento não prescreve como um momento de adoração deve parecer ou soar, nós podemos estar certos do que Deus se deleita na diversidade das expressões de adoração que são baseados na cultura e ainda, fiéis aos ensinamentos bíblicos:
A realidade é que Deus está muito, muito mais preocupado com o coração de seus adoradores do que com a forma e o estilo nos quais gastamos tanta energia. “O homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (1 Sm 16.7). Sendo curto e grosso, Deus não tem um estilo de canção favorito! Pelo contrário, ele se alegra na infinidade de variadas expressões de adoração de seu povo (manifestado tanto ao redor do mundo quanto através dos séculos), que o exalta com uma atitude de gratidão e dependência de seu Espírito. Vamos tentar não limitar Deus, ou impor nossas perspectivas estreitas sobre ele.[24]
Neste relutante debate sobre adoração, os etnodoxólogos têm unido forças com o movimento de adoração multiétnica para aplicar os princípios da etnodoxologia nas igrejas da América do Norte. Qual é o nosso objetivo? Ver nas igrejas uma expressão de uma adoração íntima, que compreenda não apenas a maior parte da cultura, mas também a variedade de múltiplas etnias de suas comunidades. Se aplicarmos isso a uma compreensão ainda mais abrangente, veremos que as implicações destas conversas afetam muito mais do que as reuniões semanais de adoração. Elas também permeiam uma ampla gama de expressões artísticas, manifestações de alvos e valores do Reino de Deus, impactando cada aspecto da vida das crescentes comunidades multiétnicas em nossos países e ao redor do mundo.
Quais são, então, os princípios chaves da etnodoxologia que se aplicam tanto às nossas próprias comunidades quanto aos ministérios ao redor do mundo?
- A música, assim como as outras formas de arte, não é uma linguagem universal – a maneira como respondemos à música é adquirida, aprendida, não intrínseca.
- Assim como uma língua falada, a música e outras artes devem ser compreendidas dentro de seu contexto histórico e cultural para serem interpretadas corretamente.
- Todo mundo deve ter a oportunidade de adorar a Deus com sua própria língua do coração, música do coração e outras artes particulares.
- Igrejas que valorizam e encorajam o uso da arte e da música do coração em sua adoração, refletindo a variedade de suas múltiplas culturas em suas comunidades, demonstram o amor de Cristo pelo mundo.
Eu percebi que, enquanto eu me denominar de etnodoxóloga, vou continuar recebendo olhares e respostas engraçados. Além do mais, a tal conversa que começa com “etno-o quê?” vai continuar fazendo parte da minha vida. Mas o que eu mais amo nessas conversas é a oportunidade de falar sobre estes quatro princípios importantes delineados acima – princípios estes que estão penetrando cada vez mais nas mentes e corações de líderes ministério de louvor, missionários e crentes em geral ao redor do mundo.
Se você não se sentir à vontade para se autodenominar um etnodoxólogo, pelo menos tente nos ajudar um pouquinho. Na próxima vez que você ouvir o comentário, “a música é uma linguagem universal” faça-nos um favor e abra a boca! Mostre que os sistemas musicais, talvez mais do que qualquer outra forma de linguagem verbal, são definidos culturalmente e precisam ser estudados para poderem ser compreendidos. A música pode até ser um fenômeno universal, encontrada potencialmente em todas as culturas do mundo. Mas ela, definitivamente, não é uma linguagem universal!
[1] Tradução do texto original: Harris, Robin P.. “The Great Misconception: Why Music is Not a Universal Language,” in Worship and Mission for the Global Church, ed. James Krabill, Frank Fortunato, Robin P. Harris, Brian Schrag, 82-89. Pasadena, CA: William Carey Library, 2013.
[2] Henry Wadsworth Longfellow, Outre-Mer: A Pilgrimage beyond the Sea (1833; repr. Boston: Houghton, Mifflin,
and Co., 1883), 197.
[3] Statler Brothers, “I Believe in Music” (1973).
[4] Veja minha resenha da Tese de Mestrado de Kersten Bayt Priest’s in EM News 8, no. 3 (1999).
[5] N.T. O termo em inglês “Worship Wars” é comumente usado para se referir a conflitos referentes a estilo musicais de adoração.
[6] John Blacking, Music, Culture, and Experience, ed. Reginald Byron (Chicago: Chicago University Press, 1995), 229.
[7] Ibid., 239.
[8] Ibid., 237.
[9] Veja o artigo de Brian Schrag: “Ethnoartistic Cocreation in the Kingdom of God,” capítulo 10.
[10] Theodosius Dobzhansky, Mankind Evolving (New Haven: Yale University Press, 1962), 22.
[11] Para ver como esse assunto é tratado em relação à África, veja Roberta R. King, Jean Ngoya Kidula, James R. Krabill,
and Thomas A. Oduro, Music in the Life of the African Church (Waco: Baylor University Press, 2008).
[12] Stephen Feld, “Sound Structure as Social Structure,” Ethnomusicology 28, no. 3 (1984): 391.
[13] A. W. Tozer, Worship: The Missing Jewel (Camp Hill, PA: Christian Publications, 1992).
[14] International Council of Ethnodoxologists, “Ethnodoxology,” ICE: A World of Worship, http://www.worldofworship.
org/Ethnodoxology.php. A base bíblica desta declaração é retirada de textos que ele menciona, como Salmo 95 e Romanos 12.1.
Hall tem sido influenciado significativamente em seus pensamentos e escritos pelas reflexões de John Piper sobre a relação entre adoração e missões.
[15] Veja http://ethnodoxology.org/. O arquivo complete destes recursos está disponível no DVD da Coletânea de Etnodoxologia.
[16] No original International Council of Ethnodoxologists
[17] Uma verdadeira biblioteca virtual disponível em www.worldofworship.org
[18] Instituições cristãs que oferecem treinamento em artes mundiais, etnomusicologia e estudos em adoração estão relacionadas em http://www.worldofworship.org/Training/index.php.
[19] Para um resumo do que aconteceu no treinamento veja o video “Arts in Mission 2011” no DVD da Coletânea de Etnodoxologia.
[20] Estes sete pontos são descritos com mais detalhes no Manual de “Criação Conjunta de Artes Locais” já traduzido em português, que acompanha a Coletânea de Etnodoxologia. Creating Local Arts Together: A Manual to Help Communities Reach their Kingdom Goals. Para ter acesso a uma versão condensada desse manual, veja Julisa Rowe’s, “Creating Local Arts Together:The Manual Summary” in Section 3 of this Handbook, chpt.148.
[21] Veja Bryan Chapell, Christ-centered Worship: Letting the Gospel Shape Our Practice (Grand Rapids: Baker
Academic, 2009), 297
[22] Veja Robin P. Harris, “Contextualization: Understanding the Intersections of Form and Meaning,” EthnoDoxology
3, no. 4 (2007): 14–17.
[23] David Peterson, “Psalms, Hymns, and Spiritual Songs: Does the Bible Direct Us in the Choice of Musical Styles?”
(lecture, Institute for Christian Worship Lectures, Southern Baptist Theological Seminary, Louisville, KY, April 14, 2005).
[24] Ron Man, “Global Worship: What in the World Can I Do about It?” Worship Leader (November–December
2009): 27–28, emphasis mine. Para saber mais sobre esse assunto, veja dois outros capítulos na Coletânea de Etnodoxologia, um de Ron Man, “‘The Bridge:’ Worship between Bible and Culture,”chpt. 4, e outro de John Piper, “The Missional Impluse toward Incarnational Worship in the New Testament,” chpt. 19.